Quando ele andava, erguia o tronco, mas não muito- para que as costas continuassem levemente curvadas. As mãos pareciam serradas, como se estivesse pronto para dar um soco em alguém. Era engraçado vê-lo caminhar, parecia incrivelmente grande, resistente e forte. Como se qualquer coisa pudesse bater em seu peito e não feri-lo, de maneira alguma.
Eu não sabia como tirar os olhos dele, era quase impossível. Quase, até que eu me lembrei insistentemente que deveria parar, e parei. Com muito esforço. Quando eu passava ao seu lado, o cheiro do perfume e do banho era facilmente notável, até mesmo de longe. Nãoera precisso que ele chegasse muito perto e bastava ele se aproximar mais um pouco para que meus braços implorassem pelo aconchego. E eu sempre conseguia uma parte do que os meus braços imploravam. Ele me envolvia tanto que eu quase sentia como se estivesse na minha cama, era até mesmo quente. Eu consegui com ele quase tudo aquilo que eu desejava. O melhor dos melhores. Eu esqueci o que eu achei que nunca esqueceria, tudo por culpa daquele sorriso. Aquele! Aquele que você nunca esquece, que a deixa com cara de idiota, que a faz pedir mais e mais. Também não achei que, um dia, me sentiria tão patética por alguém. Não tanto assim, pelo menos. Eu ainda queria mais um pouco dele. Havia dias que não conseguia saber o que estava sentindo, dias em que tentava me desvendar o tempo inteiro e não achava resposta. Mas nos outros dias, a maior parte, estava estampado na minha testa que eu o amava com todas as forças que existiam no meu corpo. E eu me odiava por isso, por amar tanto alguém e querer tanto agradá-lo. Por eu não estar acostumada a me sentir assim, mesmo depois de tanto tempo, a sensação continua sendo nova para mim. E eu, certamente, não sentia o meu corpo fervilhar com outra pessoa. Não acharia, muito provavelmente, em ninguém o que eu achei naquele corpo firme, dos olhos castanhos, e que sorri da maneira mais encantadora possível e inimaginável.
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